Sem sal e sem produtos químicos, utiliza água de pepinos em conserva para evitar a formação de gelo nas estradas e nos aeroportos

Uma iguaria para os amantes de vegetais em conserva, mas a técnica culinária de preparação deste delicioso aperitivo também possui outras propriedades, que um dos maiores aeroportos demonstrou ser o substituto ideal do sal para evitar a formação de gelo nas estradas. Todos os invernos, as administrações dos países onde o frio pode causar sérios danos ao tráfego rodoviário compram toneladas de sal, que é espalhado nas estradas para evitar a formação de gelo, uma das principais causas de um grande número de acidentes. Não se trata de sal especial, mas do mesmo sal que você tem em casa, o sal de cozinha, embora para espalhar seja usado o chamado sal-gema, pois seus cristais são significativamente maiores.

Com esta sal, não destinada ao consumo humano, os automóveis podem manter a aderência à estrada, desde que respeitem os limites de velocidade e os pneus estejam em bom estado, caso contrário, a derrapagem é garantida. Embora algumas comunidades autónomas possam consumir até uma tonelada de sal apenas para evitar a formação de gelo nas estradas, o país compra cerca de 360 000 quilos para as principais estradas nacionais, com cerca de 30 000 quilómetros de extensão, embora em casos especiais, como a tempestade Filomena, tenham sido necessários pouco mais de 500 000 quilos.

Pepinos salgados — a solução para melhorar a condução no inverno

Curiosamente, assim como os fabricantes encontraram outras aplicações para as fibras naturais, como a empresa Ford, que conseguiu reutilizar os resíduos das oliveiras para os seus futuros veículos elétricos, o segundo maior aeroporto descobriu que a água dos pepinos salgados também é uma solução importante para descongelar as pistas de aterragem dos aviões. A realidade é que a sal não é eterna e pode ser muito cara, por isso é necessário procurar soluções mais económicas e sustentáveis para remover o gelo. Encontraram-na na salmoura, uma técnica culinária utilizada para conservar pepinos, mas não no sumo que é vendido em latas nos supermercados, uma vez que o seu teor de sal é muito baixo e não é adequado para este fim. Em vez disso, utiliza-se a água em que esses pepinos são «cozidos» em grandes quantidades, nas chamadas «fazendas de pepinos».

A sal para evitar a formação de gelo nas estradas é mais rentável do que outras soluções

A salmoura que fica após o processo de fermentação dos pepinos deixa água, que é recolhida pela empresa que, em vez de a deitar no esgoto, a submete a um novo processo de purificação e adiciona mais sal — até 22 % — antes de a pulverizar no asfalto, embora alguns pulverizem o líquido. Estudos demonstraram que a capacidade de prevenir o congelamento das estradas funciona mesmo em temperaturas extremas abaixo de zero, da ordem dos -18º.

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